quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

X-mas?



Isso é o mais perto que eu consigo chegar do Natal..

Chegou dezembro, é Natal, e daí?


Como sobreviver à data se você não tem a menor vocação para cantar Noite Feliz

Toda vez que leio algum gibi da Turma da Mônica, penso que o Maurício de Souza se inspirou em mim para criar o Do Contra: tal e qual o personagem, eu sempre gostei de ser diferente, mesmo que isso implicasse em ser do contra, como no desenho.

Ajudou também o fato de eu ter nascido numa família totalmente Do Contra: minha mãe, aquariana típica, nunca ligou muito para festas e o meu pai, apesar de geminiano, também não estava nem aí com datas. Tudo isso somado ao medo que eu tinha do Papai Noel (isso mesmo, aquela barba branca era aterrorizante) acabou fazendo com que eu fosse uma pessoa com aversão ao Natal.

Não, não tenho nada contra a comemoração, mas não vejo a menor graça no Natal. Também não vejo sentido algum em enfeitar a casa com bolas vermelhas, guirlandas e temas gelados como bonecos de neve sendo que no Brasil faz um calor desgraçado nesta época. Em resumo, acho o Natal muito fora dos nossos padrões, uma imitação barata e desnecessária de países do hemisfério norte. Por que não temos um Natal original, nos nossos moldes? Como é que em um país tropical o Papai Noel usa roupas próprias para tempestades de neve? E a criatividade do brasileiro, cadê? Amigo secreto então, nem se fale, eu acho o ó!

Outra coisa que detesto é como as cidades ficam cheias, os shoppings lotados, todo mundo disposto a comprar, comprar e comprar. Poucas pessoas pensam no Natal como uma data para reflexão e compaixão. Não vejo quase ninguém preocupado em ajudar ao próximo ou a reverenciar o aniversário de Cristo, que é o real motivo da festa.

Sem contar, claro, a hipocrisia do povo, que fica sem se ver durante um ano e no Natal todo mundo é lindo e maravilhoso. E os comentários maldosos nas festas de família? "Você reparou na roupa do fulano? E que presente mais pobrezinho seu tio te deu heim?! Nossa, como a sicrana engordou!" são as frases mais comuns nesta época do ano.

Estes argumentos de que Natal é uma data comercial são para lá de batidos, naturalmente. Mas para mim ainda faz todo o sentido. Se parar para pensar, milhares de pessoas no mundo todo não comemoram o Natal. Mulçumanos, espíritas, judeus, pagãos: ninguém está nem aí para o Natal. Uma vez, um colega judeu me contou que na data eles vão a um restaurante chinês no dia 25. E acabam encontrando outras famílias judias, fazendo uma confraternização para cristão nenhum botar defeito. Sai de forma espontânea e natural, sem nenhum intuito ou comentário malígno por trás.

Por estas e outras, não comemoro o Natal. E como acabo sendo convidada pelos meus amigos, não me envolvo nas fofocas e ainda aproveito o que acho a única coisa boa da festa: a ceia. E só!

Ivy Farias, 27 anos, é jornalista e confessa: o melhor de odiar o Natal é não ter que comprar presente, pegar filas e nem escrever cartões nesta época do ano.

Esta crônica foi publicada no ano passado no portal IG. As opiniões continuam as mesmas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Don't come knocking


Atenas, inverno de 2005

Querido Meu Pai*,

Eu sei que você me acha louca, desde a mais tenra idade. Aliás, todo mundo me acha louca, não desde a tenra idade, mas enfim, acha. O fato é que eu concordo com a Rita Lee, que "louco é quem me diz e não é feliz". Meu professor de teologia explicou que o louco é aquele que acha normal aquilo o que a sociedade não acha. Bem, eu concordo em alguns pontos com a sociedade, eu acho é que a sociedade que não concorda comigo no quesito viagens. Ou pelo menos parte dela.

Eu sei que você, assim como todo mundo, acha loucura viajar sozinha. Colocar uma mochila nas costas, dormir em albergues, correr mundo de tênis. E que você não concorda muito com o fato de eu viajar, sozinha, para outros países em pleno Natal. Mas o que eu posso fazer se foi só no Natal que eu consegui folga? E, além do mais, desde os dois anos eu odeio o Natal- a fonte não poderia ser mais séria, afinal, ela me pôs no mundo e estava na hora que eu gritei de medo do Papai Noel.

O fato é que nós não somos cristãos mesmos, lemos O Capital (vai, eu li uns capítulos) e O Manifesto Comunista e a gente sabe que Natal é mais uma data ridícula pro povo gastar dinheiro. Falando em gastar dinheiro, eu também to pensando em gastar o seu...sabe como é, free shops e eu sou jornalista, o jeito moderno de fazer voto de pobreza.

Sei também que você está preocupado com o fato de eu ficar sozinha, mas eu tava lembrando que de todas as minhas viagens pelo planeta- e não foram poucas- não teve um dia que eu não fiquei sozinha. Por isso queria te contar da Grécia, que eu fiz um amigo, o Luiz (que por sinal mora na Ministro) e a gente conversa até hoje. E que no dia seguinte conheci o Pedro, o seu Farid e a dona Farida, uma família do Irã que mora em Campinas e eu queria muito retomar o contato para pegar de novo a receita do kebab. E de como a gente se divertiu na Grécia e só de olhar as fotos hoje eu fico feliz de novo.

A verdade, meu pai, é que são cinco anos separando o meu último mochilão deste novo. Muita coisa mudou: finalmente eu arrumei um emprego de verdade, não mudo de número de celular há mais de cinco anos e, pela primeira vez na vida, estou saindo da minha casa para ir pro aeroporto com uma mochila sem a minha Polaroid, já que pararam de fabricar o filme. Mas a verdade mesmo é que neste momento em que a vida adulta chegou, mas eu ainda a posso deixar esperando na porta, eu queria tirar umas dúvidas. E, para isso, nada melhor do que voltar ser a velha Ivy que te ensinava geografia quando ligava de Viena a cobrar e que você apostou que não iria se aquietar no Brasil. Pois bem aquietei, mas as saudades do mundo bateram tão forte que não me sobrou alternativa a não ser para ele voltar. Mas meu pai, agora é sério: tem momentos na vida, como este aliás, que eu preciso de respostas. E nestas horas, só mesmo a estrada para me ajudar. Porque, pelo menos para mim, the road never lies.

See you in 2010,

Beijo grande,

Ivy

*Ao contrário do que o povo besta pensa, em Salvador a gente não fala Painho, chama de Meu Pai.

Este blog entra em recesso a partir de agora.

Dragão




Que os sindicalistas batalhem pelo reajuste do piso salarial referente à inflação, ok. Metalúrgicos, aeroviários, muita gente ganhou o aumento. Eu, jornalista, não ganhei, mas é o que eu falo, jornalista é a maneira mais glamourosa de ser pobre, então, sei, não é tudo bem, mas a gente vai indo. Mas até o Big Brother ganhou com o reajuste da inflação ao ano! Po, vou me inscrever este ano. Porque, se eu não ganhar, pelo menos eu viro presidente do sindicato dos ex-BBB (gente, já são DEZ anos desta porra!).

Globo eleva para R$ 1,5 milhão prêmio do BBB

A TV Globo aumentou para R$ 1,5 milhão a premiação do "Big Brother Brasil 10" --R$ 500 mil a mais do que nas últimas quatro edições. O prêmio do "BBB 10" é líquido, livre de impostos, que são pagos pela própria emissora.

A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Sílvia Corrêa e publicada na Folha desta quinta-feira. A íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL.

O "BBB" começou em 2002 pagando R$ 500 mil ao vencedor. Em 2005, na quinta edição, o prêmio foi para R$ 1 milhão.

"Achamos que era hora de distanciar ainda mais a premiação do primeiro lugar", diz o diretor do programa, J.B. de Oliveira, o Boninho. O segundo colocado receberá R$ 150 mil (era R$ 100 mil) e o terceiro, R$ 50 mil (era R$ 30 mil).

Aos Treze



Becky na redação: Ela trabalha numa revista de economia em Nova York e tem um chefe gato. A única semelhança com a vida real é a conta bancária estourada...

Cena 1. Int. Shopping center LO-TA-DO. Noite. Três jornalistas resolvem jantar em um shopping center badalado de São Paulo. IVY, AMIGA DO ESPORTE e AMIGA DE ECONOMIA passam na frente de uma vitrine completamente irresistível.

IVY: Nossa, eu to precisando de um sapato destes.

AMIGA DO ESPORTE: Ué, compra. Não precisa nem passar no cartão, vai no débito mesmo.

IVY: Quem disse que eu tenho dinheiro pra comprar no débito?

AMIGA DO ESPORTE: Ué, seu décimo terceiro, cadê?

IVY (rindo): Décimo terceiro, o que é isso? O meu foi previamente detonado da minha conta em junho.

AMIGA DE ECONOMIA: O meu também!

AMIGA DO ESPORTE: Se você que é repórter de economia e sabe usar a HP não tem décimo terceiro, que dirá eu que cubro futebol?!

AMIGA DE ECONOMIA: Pois é amiga, pois é...

IVY: No fim, somos todas Beck Bloom, independente da editoria...

AMIGA DO ESPORTE, AMIGA DE ECONOMIA e IVY passam reto pela vitrine e entram na fila de espera do restaurante (isso mesmo, fila). Fade out.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hanukkah




Happy Hanukkah!

Quando as pessoas me perguntam se devem ou não morar fora e qual o motivo para isso sempre respondo: "Pra viver o que você não viveria no seu país". Lembrei disso quando passei pela Praça Panamericana e reconheci umas um candelabro. Não sei se sempre existiu, mas só comecei a reparar depois que voltei dos Estados Unidos que aquele é o símbolo da festa das luzes para os judeus.

São Paulo é a quarta maior cidade do mundo, uma metrópole cosmopolita mas mesmo assim eu nunca convivi com judeus. Nunca morei em Higienópolis ou no Bom Retiro e os judeus simplesmente não existiam no meu mundo da Lapa (ou se tinha eu não percebia a existência deles). Fui descobrir o que era o Hanukkah quando morei em Nova York, esta sim, cidade bem judia. Nesta época, todo comércio colocava as luzes nas vitrines e no bairro que eu trabalhava como babá, Forest Hills, no Queen, tinha muito, mas muito judeu mesmo. E como a curiosidade matou um gato e fez de mim repórter, eu ficava intrigada com aquelas luzinhas, até que um dia perguntei.

Não lembro se o dono daquela casa de câmbio/banco deveria ser judeu: em Nova York todo mundo decora de acordo com as grandes festas dos povos que formam a cidade, tipo Cinco de Mayo e o Ano Novo Chinês. Sei que ele me explicou a história do Hanukkah e me deixou ascender uma velinha, que lá era apertar um botão. Na loja do lado eles preenchiam o desenho da chama com papel celofane todo dia. E eu achava o máximo.

As amiguinhas das meninas que eu cuidava eram judias e me ensinaram a cantar as musiquinhas e foi assim que eu, uma autêntica da Silva, passei a comemorar - e adorar- o Hanukkah. E hoje eu sinto saudades de ascender as velas, assim como de ver a cidade toda homenageando a data, tipo um Natal diferente. Tanto que parei na praça só para fotografar e lembrar daquele fascínio de ver uma vela artificial representando uma tradição milenar. Talvez se eu nunca tivesse morado lá, nunca teria vivido uma história que não é minha.

Dono do mundo

"Você, repórter, não é dono da sua matéria. O jornal é que é dono dela."
De um repórter bêbado no filial.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Direito de resposta II

A versão masculina sobre este post:

"Ex é que nem McDonald´s: você sabe que não deve, mas vai lá e come! Sentiu o cheiro? Não dá para resistir".

Versão feminina para o mesmo post:

"Realmente, dar para ex é que nem ir no McDonald´s: você já sabe que número vai pedir".

Ainda bem que desde que eu morei na França eu passei a sentir mais prazer com o steak tartare do que com o número 4...

Les ex!

Cena 1. Ext. Noite. AMIGA 1, AMIGA 2 e AMIGA 3 estão no bar conversando quando IVY chega. Nota-se um certo constrangimento no silêncio gerado.

IVY: O que está acontecendo?

As meninas continuam sem graça. Cabe a AMIGA 1 ser a porta voz.

AMIGA 1: Ivy, a gente está sabendo que você está conversando com o seu ex.

IVY: Que é isso, a gente está sabendo?! Tá parecendo KGB isso aqui gente...

AMIGA 2: Mas você há de convir que a gente fica preocupada e que meu, bem, você sabe melhor do que todas nós, um ex é sempre ex.

AMIGA 3: Mas o que está acontecendo? A AMIGA 4 não nos falou o que está rolando? Vocês vão ser amigos? Você vai voltar para ele? Vocês estão conversando o quê? Ai meu Deus, sou repórter, não consigo me conter, desculpa e...

IVY (interrompendo enfática): Gente, acho lindo a preocupação de todas vocês. Mas não se preocupem: eu não dou nem para ex e nem para gay.

Todas as amigas ficam em silêncio, completamente sem graça com a revelação. IVY bebe um gole de vinho e completa a sentença.

IVY (continuando): Dá azar.

AMIGA 1, AMIGA 2 e AMIGA 3 respiram aliviadas. O assunto passa a ser os benefícios do chá vermelho, que é melhor que o chá verde na queima de gordura abdominal. Fade out.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Libertas quae sera tamem

"A atividade do jornalismo nunca deve abrandar, a sua consciência deve ter sempre o mesmo vigor, a sua pena o mesmo colorido, o seu sentimento moral a mesma justa intensidade."
Eça de Queirós

"Não se pode, por medo do abuso, proibir o uso."
Ministro Carlos Ayres Britto

Sei que sou uma reles repórter, mas será que nem com o Eça falando a galera da sala da justiça não se toca e acaba com esta censura ridícula?

Cinto de castidade

"Todo jornalista fez voto de pobreza e obediência. Se tivesse feito de castidade, talvez a coisa fosse mais organizada. Redação é a mais pura putaria."
De quem cresceu numa redação e hoje trabalha com duas...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Enquanto isso, na sala da justiça...

STF - I

O julgamento do caso que envolve a censura do Estadão foi adiado para hoje. Ocorre que ontem o STF demorou-se na apreciação da polêmica eleição da presidência do TRF da 3a região.


Se o Estadão for censurado de vez não vou voltar da Argentina neste break e viverei com os hermanos forever...

Piadas de chuva em dia de sol

No trampo:

"Queridos, não se preocupem: eu já liguei pro Gustavo Borges e ele tem um método de ensino de natação incrível, aqui ninguém vai morrer afogado."

Respostas:

"Natação: Inscrições abertas."

"Eu contratei o Cielo porque prefiro nadador com medalha de ouro na copa do mundo de natação."

"Eu vou participar da prova dos 500 metros livres, daqui até a estação de trem."

Na academia:

"Ivy, eu vou mudar o seu treino aeróbico. Vi as imagens do seu bairro na televisão e acho melhor a gente focar mais na natação do que na corrida."

No mercado:

"Não sei porquê, mas estamos vendendo tantos botes nestes últimos dias que o gerente decidiu colocar em promoção. Deve ser a proximidade das férias né? O povo quer usar na praia, no clube."

No Camelô na frente da estação de trem:

"Olha o pé de pato, a máscara de mergulho, só 15 real! Olha o pé de pato, a máscara de mergulho, só 15 real!"

No MSN:

"Se São Paulo quer ser tanto a nova cidade perdida, por que não afunda de uma vez ao invés de ir fazendo isso aos poucos?"

No táxi:

"Você viu isso que o prefeito disse? Que o caos é o caos?!"

Na coletiva:

"Prefeito, alagou a minha redação pela segunda vez este ano, eu to sem lugar pra trabalhar e o senhor fala que está tudo bem?"

Na família:

"Prima, eu sei que você pediu Havaianas no amigo secreto, mas não era mais sensato pedir um par de galochas? Tem umas até bonitinhas, coloridinhas."

Do teórico chato:

"Esta mania que o brasileiro tem de complexo de vira-latas: São Paulo quer virar Veneza a qualquer custo!"

Do petista:

"Nestas horas o Maluf some e não fala que foi ele que fez, não é mesmo?"

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vale transporte

Será que a CLT prevê auxílio para o meu novo tipo de condução?





Luigi e eu no trampo, hoje.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Olhais pela janela

Uma cena de novela me fez desejar imensamente que o tempo passasse e que eu pudesse, em cinco minutos, estar na minha casa, no meu computador, só para escrever aqui que eu realmente queria que Paris fosse agora, fosse hoje na nossa Zona Oeste alagada e sitiada só para nós dois. Mas eu sei, o tempo não tem suas virtudes e por isso cada um segue o seu. Deve ter sido por isso que inventaram o fuso horário. Eu sei, estou em Londres pirando no Abbey Road enquanto você está no Bronx ouvindo hip hop. E é por estas e eu outras que eu não uso relógio, para não ver o tempo passar, para não sentir o tempo passar sem você. Mas eu sei, este tempo não será perdido porque quando chegar a nossa vez de sermos jovens, tudo valerá a pena. O meu tempo em ar e o seu tempo na água será marcado pelo nosso tempo, nosso, somente nosso. Assim, as pessoas vão olhar e dizer: "Nossa, eles inventaram seu próprio fuso horário". E como eu realmente te quero, espero. Pelo menos neste encanto de dezembro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Shopping

Cena 1. Ext. Dia. IVY e AMIGO QUASE HETERO (explicação: ele ama futebol, joga sinuca, não entende as mulheres, adora videogame, conserta coisas mas mesmo assim gosta de homem) estão andando na rua quando IVY vê, numa loja de lingerie, um conjunto LIN-DO.

IVY: Nossa, que graça, posso dar uma olhadinha?

AMIGO QUASE HETERO: Claro, agora que eu descobri que alguns heteros gostam de lingerie, vale a pena comprar.

IVY (sem entender): Como assim, alguns heteros?

AMIGO QUASE HETERO: Ivy, homem hetero não liga para lingerie. Ele gosta do que está dentro da lingerie. Ele não está nem aí para calcinha que você está usando.

IVY (indignada): Como? Como assim, hetero não gosta de lingerie?

AMIGO QUASE HETERO: Ivy, quando você era criança e ganhava um presente o que você fazia?

IVY (sem entender o racioncínio): Desembrulhava com cuidado pra guardar o papel.

AMIGO QUASE HETERO: Isso porque você é mulher, querida. Desde a tenra idade, os meninos rasgam o papel porque eles estão interessados no que está dentro. No seu caso, os homens estão interessados como é dentro.

IVY: Quer dizer que as lingeires são inúteis?

AMIGO QUASE HETERO: Não, não são inúteis. Tenho uns amigos que gostam.

IVY: Quantos amigos?

AMIGO QUASE HETERO: Uns dois.

IVY: Você tem uma legião de amigos e só dois se preocupam com a lingerie da mulher?

AMIGO QUASE HETERO: É. Fetiche.

IVY (completamente transtornada): Você tem dois amigos que gostam de lingerie porque é fetiche enquanto o resto não está nem aí? Meu Deus, por que ninguém me avisou isso antes? Eu teria gastado menos.

AMIGO QUASE HETERO: Agora que eu te contei isso você vai desistir de olhar o conjunto?

IVY (sem graça): É...bem... não né? Já to aqui mesmo, é só uma olhadinha...

AMIGO QUASE HETERO: E você vai comprar?

IVY (mais sem graça ainda): Pois é, é que é tão bonitinho o conjuntinho... e como dizem, a gente tem que usar as coisas pra gente, não para os outros né?

AMIGO QUASE HETERO: Eu não consigo entender as mulheres. Incrível como elas não desistem de comprar. Me faça um favor: fica até o ano que vem sem comprar? Vai, faça esforço, só faltam 20 dias.

IVY: Pode contar a partir de amanhã? É porque eu realmente gostei do conjuntinho...

Uma imagem vale mais que mil palavras?




Vila Madalena, São Paulo, Brasil

domingo, 6 de dezembro de 2009

Façam o que eu digo...

"Ivy, não vai me ficar com repórter, peloamordeDeus. De coletiva pior ainda. Se for pra ficar, fica com as fontes, tá?"
Da amiga que casou com um jornalista que ela conheceu numa coletiva.

"Pois é menina, mas eu realmente to trabalhando demais... acredita que eu sonhei que tava dando prum cara no meio da redação? Nossa, depois, no dia seguinte, eu ficava vermelha só de lembrar do sonho"
Da amiga que é adepta ao trampo tântrico- doze horas sem parar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pay attention

Cena 1. Int. Dia. Coletiva-almoço chata (com comida boa, pelo menos). IVY e AMIGA REPÓRTER estão conversando. Se o assunto eram os números do setor? Claro que não, era bem mais importante: homem.

IVY: Então, ai a gente conversa direto no MSN mas ele não me chama para sair e eu to ficando louca de raiva com isso.

AMIGA REPÓRTER: Mas quando foi a úlitma vez que vocês conversaram?

Neste momento, IVY repara que um REPÓRTER FUXIQUEIRO está prestando atenção na conversa das duas com os olhos bem arregalados.

IVY: Você está prestando atenção na minha conversa?

REPÓRTER FUXIQUEIRO: Desculpe, estou.

IVY: Desde que parte você está acompanhando a conversa?

REPÓRTER FUXIQUEIRO: Desculpe, mas de repente sua voz me fisgou e eu comecei a prestar atenção. Eu não ouvi tudo não, só a parte do MSN.

AMIGA REPÓRTER: Calma, você não falou nomes, ele não sabe de quem se trata.

IVY: Eu não to brava não. Agora não sei se você percebeu, mas está rolando uma coletiva, eles estão divulgando uns números... presta atenção na coletiva tá?

REPÓRTER FUXIQUEIRO (visilmente sem graça): Desculpe, eu não queria ofender nem nada, eu juro, eu prestei atenção mas foi sem querer e...

IVY: Coletiva! Coletiva!

REPÓRTER FUXIQUEIRO passa a prestar atenção na coletiva, ainda mais sem graça. AMIGA REPÓRTER dá risada enquanto IVY faz cara de indgnada pela ousadia do menino. Fade out.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Direito de resposta

Como eu acredito na democracia, estou abrindo este espaço que é meu para um direito de resposta que me foi enviado por e-mail. O autor, Nilton Nunes, elaborou o seguinte teste para identificar uma mulher de verdade:

1) Você está numa festa com o seu melhor amigo e ambos estão bebendo. A esposa dele vê a garçonete passando e:

a) Pergunta se vocês querem algo.
b) Enche o saco dizendo que ele está bebendo demais
c) Avisa que a garçonete está louca para fazer sexo com você.

2) Você está na mesma festa comendo uma picanha com gordura com o seu melhor amigo quando duas gotas de molho escorrem bem na sua perna. A melhor amiga da esposa do seu amigo vê a cena e:
a) Racha o bico e faz uma piada
b) Enche o saco, faz cara de nojo e te chama de porco
c) Acha sensual e quer fazer sexo com você

3) Sua prima está conversando com você e, do nada, pede licença. Qual o motivo para isso?
a) Foi cumprimentar uma amiga
b) Enche o saco e vai e comprar uma bolsa e um sapato
c) Vai apresentar uma amiga para fazer sexo com você

4) Você está sentado no chão da faculdade com seus amigos maloqueiros. Como é verão, você carrega uma cerveja mas se dá conta que acabou. Sua amiga surfistinha, e mega gostosa vê a cena e:

a) Passa uma lata cheia pra você
b) Enche o saco dizendo que você está bebendo demais
c) Passa uma lata cheia e quer fazer sexo com você


5) Depois de dez anos, você reencontra a sua ex e fala um monte para ela (repito: um monte) e a mina tem todos os motivos do mundo para ficar brava. No fim da ocasião ela:

a) Fica irritada, mas conversa e vai embora educadamente
b) Enche o saco e mostra que ela ainda é a mesma mala
c) Fala que você é lindo e quer fazer sexo com você


Resposta do Teste:

Mais “A”: Ela é tão gente boa que é quase homem

Mais “B”: Essa é, realmente, mulher DE VERDADE

Mais “C”: Ela é a mulher perfeita

O ideal: o equilíbrio de todas as respostas, tendendo para “C”

Veredicto de Ivy Farias: ao contrário do meu guru, eu presenciei TODAS as situações do teste (duas só na festa de ontem) e as respostas mais gentis foram a mais pura descrição da realidade.

Um, dois, três, testando

Como identificar um homem de verdade? Faça o teste.

1) Você está numa festa com a sua melhor amiga e ambas estão bebendo. O marido dela vê o garçom passando e:

a) Garçom? Onde?
b) Corre atrás do garçom pra encher a taça da mulher dele.
c) Quando você vê, ele está com duas taças cheias na mão. Uma para ela e uma para você, claro.

2) Você está na mesma festa comendo um mini temaki com a sua melhor amiga quando duas gotas de shoyu escorrem bem na sua perna. O melhor amigo do marido da sua amiga vê a cena e diz:

a) "Eu odeio shoyu".
b) "Perai que eu vou pegar um guardanapo".
c) Não diz nada, ele nem reparou que caiu shoyu na sua perna.

3) Seu primo está conversando com você e, do nada, pede licença. Qual o motivo para isso?

a) Uma moça deixou cair a carteira e ele vai pegar.
b) Passou uma Ferrari (ou uma gostosa) e ele quer prestar atenção.
c) Ele é distraído mesmo, vive fazendo isso.

4) Você está sentada no chão da faculdade com seus amigos maloqueiros. Como é verão, você carrega uma garrafinha d´água mas na hora que vai dar um gole, se dá conta que a água acabou. Seu amigo surfista, skatista e mega maloqueiro vê a cena e:

a) Continua falando das férias incríveis dele na Califórnia.
b) Levanta, pega sua garrafa, vai no bebedouro encher e traz de volta para você-isso porque você nem falou nada, ele simplesmente reparou.
c) Diz para você andar com uma garrafa maior da próxima vez.

5) Depois de dez anos, você reencontra o seu ex e fala um monte para ele (repito: um monte) e o cara tem todos os motivos do mundo para ficar puto. No fim da ocasião ele:

a) Pega a conta e fala quanto você tem que pegar. Ele já ouviu tudo isso e ainda vai ter que pagar sua Coca-Cola Zero?
b) Ele saiu correndo no meio do discurso, então, não tem fim.
c) Não só ele paga a conta, como faz questão de te levar na porta do seu carro. E depois ainda checa para saber se você chegou bem em casa e se vai sobreviver depois de mais esta.

"Ainda bem que existe 1%, não é mesmo?"